Foto: Ricardo Stuckert/PR
A ex-presidente Dilma Rousseff seguirá à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco do Brics, por mais cinco anos. A renovação do mandato foi aprovada por unanimidade pelo conselho da instituição, conforme anunciado neste domingo (23), durante o Fórum de Desenvolvimento da China, em Pequim.
Dilma assumiu o comando do banco em 2023, com o apoio do governo brasileiro. Agora, sua recondução ao cargo teve indicação formal do presidente da Rússia, Vladimir Putin, após articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante o evento na capital chinesa, onde participou da abertura como uma das palestrantes, Dilma destacou a importância da aproximação entre os países do Brics e, em especial, os laços entre Brasil e China. Entre os projetos em curso, mencionou a ferrovia transoceânica, proposta que visa baratear o escoamento de produtos entre os dois países, atravessando a América do Sul até o Pacífico.
A presidente do banco também comentou sobre as discussões em torno de uma possível moeda alternativa ao dólar, proposta que tem gerado reações por parte dos Estados Unidos. Questionada sobre a ameaça norte-americana de impor tarifas de até 100% aos países do Brics caso avancem com a ideia, Dilma respondeu com um contraponto.
“Vai taxar a União Europeia? O euro é uma moeda alternativa.”
Apesar das especulações, ela ponderou que a criação de uma nova moeda não está no centro das atenções do bloco. Segundo Dilma, os esforços estão voltados principalmente para o fortalecimento de plataformas de investimento.
“Acho que fundamentalmente esse é o foco”, afirmou.
O Novo Banco de Desenvolvimento foi criado em 2014 pelos países que compõem o Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — como uma alternativa às instituições financeiras tradicionais, com foco em projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável.