Apesar de se dizer bastante cobrado por setores do seu partido, alunos e professores, o ministro Camilo Santana (PT), da Educação, não é favorável à revogação pura e simples do Novo Ensino Médio, principalmente se for para voltar ao que era.
A política educacional instituída em 2017, durante o governo Temer, aumenta a carga horária e determina que o ensino médio seja formatado com 60% de disciplinas obrigatórias- as tradicionais: português, matemática, ciências, etc. – e as 40% restantes disciplinas opcionais, para livre escolha dos alunos.
“Esse é um debate que não podemos mais errar. Então, simplesmente revogar e voltar ao passado eu não vejo que é o caminho”, ressaltou o ministro em evento do Lide Ceará, nesta sexta-feira (31), no hotel Gran Marquise.
Em vez de revogar, o ministro propõe uma ampla discussão envolvendo todos os segmentos da Educação, incluindo secretários estaduais e municipais e representantes do magistério e entidades estudantis. Todo esse pessoal, inclusive, já está convocado pelo MEC para participar dos debates.
“Nós temos que construir adaptações à realidade, mas com diálogo e vendo as condições reais dos estados executá-las, implementá-las, o que não foi realizado nos outros anos”, disse o ministro. “Se não for um ensino médio atrativo, coerente com a realidade de hoje, vamos continuar perdendo nossos jovens”, concluiu.
Parcerias
Segundo a presidente do Lide Ceará, Emília Buarque, o convite para Camilo Santana falar sobre o futuro da Educação no Brasil se deu porque o empresariado cearense acredita que o sucesso da política do governo do Ceará, especialmente na educação pública de base, credencia o atual gestor do MEC e sua equipe a fazerem algo semelhante em nível nacional.
Emília, inclusive, sugeriu ao ministro parcerias entre os setores público e privado em programas que possam alavancar a inclusão social pela Educação, no Brasil.
“Durante a pandemia, quando o setor produtivo foi chamado a chegar junto, chegou. Então a gente já viu que é possível. Não existe outro caminho para o crescimento de um país e a diminuição das desigualdades que não seja pela Educação. Conte com a gente, ministro”, falou a presidente do Lide.