Antes de mais nada é preciso dizer que Neymar não faz falta à seleção brasileira. Faz falta a qualquer time do mundo.
E isso ficou bem nítido na partida desta segunda (28) contra a Suíça, a segunda do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo.
Mesmo quem acompanha o futebol só de quatro em quatro anos sabe que a seleção suíça é um dos adversários mais chatos de se enfrentar.
Não tem grandes craques, mas é competitiva, dá trabalho e de vez em quando prega peça nas favoritas.
Só nos últimos anos ganhou da Espanha na Liga das Nações da Europa, eliminou a França na Eurocopa, e ficou na frente da Itália nas eliminatórias.
Nos últimos três mundiais, venceu a campeã Espanha, em 2010; em 2014 só foi eliminada pela Argentina na prorrogação; e empatou com o próprio Brasil, em 2018.
Portanto, a dificuldade já era esperada, ainda mais sem Neymar, contundido.
A boa notícia é que, mesmo assim o Brasil foi superior. Se o meio-campo e o ataque sofreram com a boa marcação adversária, a defesa brasileira soube neutralizar todas as investidas do adversário.
Assim como contra a Sérvia, Alisson não precisou fazer nenhuma defesa durante todo o jogo.
É isso mesmo, não teve um chute sequer na direção do goleiro brasileiro.
Outro ponto a destacar é a capacidade da seleção não se alvoroçar, mesmo com a demora para o gol sair.
O torcedor gosta do jogo vertical, portanto às vezes é angustiante ficar vendo a bola circular de um lado para o outro.
Mas a estratégia é exatamente encontrar o espaço e o momento certos para definir a jogada.
O gol, já na reta final do jogo, nasceu da triangulação perfeita de Vini Jr., Rodrygo e Casemiro.
A presença de um volante na área para finalizar em gol arrombou o ferrolho suíço.
Um golaço para premiar o esforço do time, as trocas do treinador – que escalou mal, mas soube corrigir – e a personalidade dos ‘meninos’ do Brasil, que souberam se virar sem a companhia do craque do time.
Quando Neymar voltar ao time, vai encontrar companheiros bem mais confiantes. E isso não é bom, é ótimo!
POR QUE FAZ NEYMAR FALTA?
Neymar em campo potencializa o jogo dos companheiros.
Além da evidente qualidade no drible e no passe, ele sozinho leva sempre 2 ou 3 marcadores com ele, o que faz com que Raphinha e Viniícius Jr. tenham mais possibilidades para o um contra um – no que são especialistas.
Óbvio que o nosso camisa 10 tem lá seus defeitos, como por exemplo muitas vezes prender a bola desnecessariamente quando há a opção de um passe.
Mas é óbvio também que que suas qualidades sobrepujam os defeitos.
Pergunte aos adversários se preferem enfrentar o Brasil com ou sem Neymar?
Foto: Lucas Figueiredo/CBF