Governadores do Sul e Sudeste se unem em busca de mais força política e representatividade

O Consórcio de Integração Sul e Sudeste é uma espécie de contraponto ao dos governadores do Nordeste, que foi organizado em 2019 para que os estados nordestinos fugissem de um eventual isolamento imposto pela falta de sintonia com o governo Bolsonaro

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Foto: Jair Amaral/Estado da Manhã/D.A Press

A recente união dos governadores do Sul e Sudeste, que decidiram trabalhar em conjunto para ganhar mais representatividade e força política, é um movimento significativo no cenário político brasileiro. Essa iniciativa busca influenciar de forma mais decisiva os rumos políticos e econômicos do país. Algo que pode e deve ser lido, também, como resposta à união dos governadores do Nordeste. Com a assenção do bolsonarismo, em 2019, os governadores nordestinos, alinhados com o campo progressista, criaram o “Consórcio Nordeste”. Era uma tentativa de evitar o isolamento político. A atuação conjunta fortaleceu a coalizão tanto politicamente quanto nas negociações governamentais. Essa união se mostrou poderosa nas eleições presidenciais de 2022, com a expressiva votação em Lula no Nordeste, que foi decisiva para a vitória do candidato petista sobre Bolsonaro.

Agora, os governadores do Sul e Sudeste seguem o mesmo caminho, reconhecendo a importância de trabalhar em conjunto para ampliar sua influência política e econômica. Representando mais de 55% da população brasileira, essas regiões desempenham um papel fundamental na economia do país e buscam ter uma maior força política. Nesta segunda-feira (03), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), destacou a relevância dessa união ao afirmar que as regiões Sul e Sudeste têm condições de apresentar um projeto alternativo para o Brasil, inclusive considerando a possibilidade de lançar um candidato à eleição presidencial de 2026. Essa visão demonstra a intenção dos governadores em impulsionar propostas que reflitam as características e necessidades dessas regiões mais desenvolvidas do país. Abre-se, portanto, uma perspectiva de um novo componente na disputa de 2026: o confronto entre regiões. Faz parte, é a democracia.