Putin sugere continuidade de Dilma no comando do NDB até 2030

Em meio à guerra, Rússia aposta no Brasil para evitar impactos negativos na gestão do banco dos Brics.

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (24) que ofereceu ao Brasil a continuidade de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira dos Brics, por mais cinco anos. O atual mandato da ex-presidente brasileira termina em julho de 2025, e o convite reforça a confiança do bloco no papel do Brasil à frente do banco.

A decisão vem em um contexto delicado para a Rússia, que enfrenta sanções internacionais e está imersa no conflito com a Ucrânia. Putin reconheceu que a indicação de um russo para o comando do NDB, conforme previsto pelo rodízio entre os membros do bloco, poderia trazer dificuldades para a gestão da instituição.

“Não queremos transferir nossos problemas para instituições nas quais também temos interesse”, declarou o presidente russo em coletiva após a 16ª Cúpula dos Brics, realizada em Kazan.

Desde que assumiu o NDB em março de 2023, Dilma Rousseff tem trabalhado na ampliação dos investimentos do banco nos países do bloco e em outras nações do Sul Global. Durante a cúpula, ela defendeu o fortalecimento do uso de moedas locais no financiamento de projetos, uma estratégia vista como fundamental para reduzir a dependência do dólar e fomentar o desenvolvimento regional.

O Novo Banco de Desenvolvimento, que tem sede em Xangai, na China, já financiou cerca de 100 projetos, com um valor aproximado de US$ 33 bilhões. As iniciativas variam entre obras de infraestrutura e projetos da iniciativa privada, com o objetivo de promover o crescimento econômico e social nos países do Brics.

A continuidade da ex-presidente do Brasil na presidência do NDB reflete a relevância do país no cenário global, especialmente no momento em que o país também lidera o G20. Ainda não há confirmação sobre a aceitação ou não da oferta por parte de Dilma. A assessoria dela não se pronunciou até o momento, e a decisão final deve ser anunciada nos próximos meses.

O futuro do NDB, especialmente com uma possível renovação da liderança de Dilma, aponta para um esforço contínuo dos Brics em buscar alternativas financeiras que atendam melhor às suas necessidades e fortaleçam suas economias, especialmente em tempos de incertezas geopolíticas.

 

Com informações da Agência Brasil