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A Bolsa de Tóquio despencou 7,83% nesta segunda-feira, impactada pelas tarifas anunciadas na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que incluem uma taxa de 24% sobre as importações vindas do Japão.
O Nikkei, que reúne os 225 títulos mais representativos do mercado, encerrou o dia com uma perda de 2.644 pontos, ficando em 31.136,58 unidades.
Este é o 11º pior resultado percentual da história do Nikkei e a maior queda desde 5 de agosto de 2024, quando o índice recuou 12,40% devido ao fortalecimento do iene. Em termos absolutos, a queda desta segunda-feira representa a terceira mais acentuada de sua história.
O impacto das tarifas americanas
O tombo ocorreu após o anúncio de que o governo Trump aplicará tarifas específicas a diferentes países e blocos econômicos. No caso do Japão, o imposto será de 24% e começará a vigorar em 9 de abril. Desde o sábado passado, já está em vigor uma tarifa base de 10%.
“Elas trarão um crescimento nunca visto” e “mais rápido do que se imagina”, afirmou Trump sobre as novas taxas.
Em relação à União Europeia, o presidente americano indicou que será imposta uma tarifa de 20%, alegando que os países do bloco taxam produtos americanos com uma média de 39%, enquanto no Japão a estimativa é de 46%.
Reação do mercado: quedas acentuadas em setores-chave
A bolsa de Tóquio abriu com queda próxima a 9%, reflexo imediato da tensão comercial. A queda foi intensificada pelas perdas em Wall Street no final da semana passada — próximas a 6% — e pelo anúncio da China, que respondeu com uma tarifa de 34% sobre produtos americanos.
Entre as empresas mais afetadas estão:
- Toyota: -5,86%
- Nissan: -9,34%
- Honda: -4,14%
- Nintendo: -7,85% (após adiar a pré-venda do seu console Switch 2 nos EUA)
- SoftBank: -12,33%
- Fast Retailing (Uniqlo): -7,24%
O setor de semicondutores também sofreu quedas expressivas:
- Disco: -14,60%
- Lasertec: -8,99%
- Tokyo Electron: -10,02%
- Advantest: -10,97%
Um mercado no vermelho
Na seção principal do mercado, apenas 6 empresas registraram alta, enquanto 1.629 fecharam em queda. Duas empresas mantiveram suas cotações inalteradas. O volume de negócios foi de 6,98 trilhões de ienes, equivalentes a 43,725 bilhões de euros.