Audiência Pública no Senado discute evolução das tecnologias para a produção de Hidrogênio Verde

O senador cearense Cid Gomes, reconhece a importância do investimento internacional no impulsionamento da produção do H2V, mas lembra que essa matriz energética limpa é fundamental também no mercado interno para impulsionar a indústria e outros setores.

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A Comissão Especial do Hidrogênio Verde, presidida pelo senador Cid Gomes (PDT-CE) realizou, nesta quarta-feira (17), mais uma audiência pública, desta vez com o tema “O setor do hidrogênio verde e o desenvolvimento da tecnologia”. Os participantes do debate destacaram os avanços e os desafios das instituições governamentais, universidades e de empresas privadas no desenvolvimento de tecnologias necessárias para a produção em grande escala do hidrogênio.

“A contribuição do hidrogênio verde na transição energética é muito promissora, mas para ser efetivada uma série de desenvolvimentos tecnológicos ainda são necessários”.

A análise é do pró-reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Augusto Teixeira de Albuquerque, que participou do encontro. Segundo ele, a comunidade científica brasileira está preparada para este desafio e as oportunidades são imensas.

“O hidrogênio verde irá criar oportunidades reais para a sociedade como um todo, desde as comunidades locais, passando pelo mundo do trabalho e finalizando com pesquisas de fronteira”, afirmou.

O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso Alves, apresentou as tecnologias hoje utilizadas para a produção do hidrogênio cinza, que é a partir de fontes fósseis, e também as diversas possibilidades para a produção do hidrogênio verde, que para ter essa denominação precisa ser produzido a partir de fontes renováveis de energia.

Segundo Alves, o processo de eletrólise para a obtenção do hidrogênio a partir da água possui uma tecnologia já bem avançada, mas é preciso investir em inovações tecnológicas para os processos relacionados à biomassa, energia solar e eólica, justamente as matrizes que são abundantes no Brasil.

“O fato de o hidrogênio ser bastante interessante para produção energética é a possibilidade de se promover, além da transição energética, uma ampla descarbonização de todos os setores da economia”, defendeu.

Mercado interno

O senador Cid Gomes ressaltou que quando se fala em hidrogênio verde no Brasil ainda se pensa muito no mercado externo. No entanto, segundo Cid é preciso pensar também no mercado interno.

“O mercado externo será um garantidor dos investimentos iniciais. Mas o Brasil tem um mercado potencial e com certeza o desenvolvimento das tecnologias irá contribuir muito mais rápido do que a gente imagina porque elas estão crescendo rapidamente”, avaliou.

Cid ressaltou mais uma vez que o objetivo maior da Comissão será dar ao Brasil uma legislação que seja sintonizada com o que há de mais avançado no mundo.

“Não adianta fazer uma regulamentação olhando para o nosso umbigo se isso internacionalmente não será reconhecido”, defendeu.

Participação

Também participaram da audiência pública o professor Tiago Lopes, da Escola Politécnica da USP; Alexandre Vaz Castro, membro do comitê de relações institucionais e governamentais do Conselho Federal de Química; Rafael Silva, coordenador-geral da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia; Alexsandro Gaspareto, gerente de distribuição e parcerias da Petrobras; e Paulo Emílio Miranda, professor do programa de engenharia metalúrgica e de materiais da UFRJ.