Ceará aposta em inovação para impulsionar energias renováveis

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Foto: Laura Guerreiro

O Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Ceará promoveram, nesta segunda (10) um encontro estratégico para debater o papel do hidrogênio verde na transição energética e os desafios das energias renováveis no Brasil. O evento reuniu lideranças do setor, pesquisadores e representantes de instituições públicas e privadas, além de marcar a apresentação do edital Mais Inovação Brasil.

Durante o encontro, o gerente da Unidade de Inovação e Tecnologia do SENAI Ceará, Tarcísio Bastos, destacou que a entidade obteve recentemente a aprovação de dois projetos pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), ambos voltados para a área de energia. Segundo ele, um desses projetos, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a empresa Argo Tech, busca criar um sistema de monitoramento e construção para o setor de energia elétrica e fotovoltaica.

“Esse momento marca o lançamento das atividades do projeto, que não só impulsiona o desenvolvimento do estado, mas fortalece uma pequena indústria local que começa a se destacar no setor de energias renováveis”, afirmou.

A iniciativa contou com a participação ativa da Argo Tech, que idealizou o evento com o objetivo de promover a inovação no setor energético e fortalecer a conexão entre indústria, academia e governo. A empresa, que tem se destacado pelo desenvolvimento de tecnologias voltadas à transição energética, buscou criar um ambiente propício para o diálogo e a construção de soluções para os desafios do setor.

Gregory Beviláqua, CEO da Argo Tech, enfatizou que mais do que um investimento financeiro, o projeto representa a construção de uma nova cultura no setor energético.

“Estamos criando tecnologia, mas, acima de tudo, estamos construindo uma cultura de inovação e colaboração”, declarou.

O gerente da FINEP, Paulo Resende, reforçou a importância do edital como uma oportunidade estratégica para empresas e instituições de pesquisa se mobilizarem e aproveitarem os investimentos em inovação. Ele explicou que as chamadas públicas da FINEP, como o Mais Inovação Brasil, não são recursos a “fundo perdido”, mas sim financiamentos destinados a projetos com alto potencial de impacto na economia nacional.

“O Estado só oferece esse tipo de recurso para empresas que demonstram competência para desenvolver soluções transformadoras para o país”, enfatizou.

A vice-presidente da FIEC e secretária de Relações Internacionais do Ceará, Roseane Medeiros, abordou a importância da cooperação entre setor produtivo, governo e universidades para consolidar a transição energética no estado.

“O Ceará sempre enfrentou desafios econômicos, mas agora estamos diante de uma grande oportunidade. A união entre esses setores é essencial para transformar nossa economia e garantir que os jovens possam desenvolver suas carreiras aqui, sem precisar migrar para outras regiões do país”.

Edital de Incentivo à Inovação em Energias Renováveis

O edital “Mais Inovação Brasil — Energias Renováveis” é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da FINEP, com apoio técnico do Ministério de Minas e Energia (MME), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele visa impulsionar a inovação em energias renováveis por meio de parcerias entre empresas e Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs).

Entre os critérios do edital, destacam-se a exigência de contrapartida financeira das empresas participantes e a possibilidade de financiamento dessa contrapartida por meio do programa Apoio Direto à Inovação da FINEP. As propostas podem ser submetidas em fluxo contínuo, enquanto houver disponibilidade de recursos.

Tarcísio Bastos ressaltou que o edital representa um esforço coletivo do SENAI e da FIEC para atender às necessidades da indústria local.

“Esse tipo de investimento fortalece o setor produtivo cearense e cria oportunidades concretas para pequenas indústrias que estão ganhando espaço no mercado de energias renováveis”, concluiu.