Foto: Portal do Agro
Com uma população jovem, alto poder aquisitivo e forte dependência de importações, os países árabes despontam como um mercado estratégico para as indústrias cearenses. É o que mostra o novo relatório do Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEC, intitulado Mercado Árabe em Foco (acesse aqui na íntegra), que aponta oportunidades reais para a exportação de frutas tropicais, pescados, têxteis, calçados e produtos minerais do Ceará.
“O mundo árabe não é apenas uma possibilidade futura, é um mercado-alvo acessível para quem se preparar”, destaca o estudo. Em 2024, as exportações cearenses para a região somaram US$ 12,2 milhões, um volume ainda modesto, mas com produtos de alta qualidade e potencial de crescimento.
O relatório reforça que a certificação Halal — exigência para alimentos, cosméticos e até vestuário — será determinante para conquistar espaço. O selo garante que o produto segue normas culturais, sanitárias e religiosas, valorizadas pelos consumidores muçulmanos.
“Produtos alimentícios devem obrigatoriamente possuir certificação Halal”, alerta o texto, que também recomenda rotulagem em árabe e adaptação estética.
Com 22 países-membros e um PIB conjunto de US$ 3 trilhões, a Liga dos Estados Árabes reúne um mercado de 450 milhões de pessoas. Nesse cenário, o Brasil mantém superávit comercial, com destaque para o agronegócio. Mas o Ceará pode avançar em segmentos não tradicionais, como moda, cosméticos e snacks saudáveis. Frutas como melão e castanha de caju já ganham espaço, assim como a magnésia calcinada, utilizada em megaprojetos de infraestrutura.
Outro trunfo cearense é logístico: o Porto do Pecém garante conexão rápida com os países do Golfo, com tempo médio de trânsito entre 18 e 25 dias.
“Isso permite ampliar a oferta de produtos com maior exigência de conservação e rastreabilidade”, avalia o CIN.
Para discutir as oportunidades, a FIEC sedia, na próxima terça-feira (03/06), das 9h às 12h, o seminário Brasil – Países Árabes: Conectando o Ceará às Oportunidades Internacionais. O evento é gratuito, com vagas limitadas, e trará painéis sobre cultura de negócios, certificação Halal e casos de sucesso, promovendo a conexão entre empresários e especialistas.
Mais do que conquistar novos mercados, o desafio agora é planejar.
“Diversificar, qualificar e entender o consumidor árabe é o caminho para transformar potencial em resultado concreto”, conclui o relatório.
