A reunião dos chefes dos Três Poderes da República com governadores dos 26 estados e do Distrito Federal – por iniciativas destes – representantes do Ministério Público, e dos prefeitos de todo o país, foi um ato simbólico importantíssimo para o fortalecimento do Estado Democrático de Direito. Especialmente pela representatividade. Estavam lá governadores aliados do presidente, como o cearense Elmano Freitas, a norte-rio-grandense Fátima Bezerra, entre outros petistas, mas também os governadores de São Paulo, Tarcísio Freitas, e de Minas, Romeu Zema, aliados de Jair Bolsonaro. Todos com um único discurso: a defesa intransigente da democracia.
Tarcísio Freitas fez questão não só de manifestar solidariedade aos presidentes dos Três Poderes da república, também pregou a pacificação nacional. Mas lembrou que esta só é possível com gestos de todos os envolvidos. Tarcísio acredita que a reunião desta segunda significa que a democracia vai se tornar, depois dos episódios de domingo, ainda mais forte. “Estou muito feliz de estar participando dessa reunião e enaltecer a capacidade de diálogo. Peço a Deus que nos proporcione sabedoria para que a gente promova a pacificação”, disse.
Ao final do encontro, que aconteceu no Palácio do Planalto, Lula, a presidente do STF, ministra Rosa Weber, os presidentes da Câmara e do Senado, ministros e governadores atravessaram a pé a Praça dos Três Poderes para conferirem in loco os estragos na sede da Suprema Corte, a mais vandalizada durante os ataques. Mais um ato simbólico de solidariedade com aquele Poder.
Na saída, em entrevista, Lula atribuiu os atos de domingo à vontade de uma minoria inconformada com o resultado da eleição, mas que não representa sequer os milhões de eleitores de Bolsonaro. Para o presidente, grande parte da direita que optou por votar no ex-presidente é de gente que diverge dele, ideologicamente, mas que acima de tudo quer um Brasil melhor e, portanto, está disposta ao diálogo. Lula, inclusive, acredita que parte dos que participaram dos atos dé massa de manobra. “Vamos até o fim atrás de punir quem financiou, esses não mostram a cara, não estavam lá”, disse.
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