Energia solar em movimento: o que vem por aí

Sindienergia-CE participa do maior evento do setor na Europa e mapeia tendências que podem impactar o mercado nacional.

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Foto: Divulgação

A presença brasileira na transição energética global vem se consolidando com dados expressivos e participação ativa nos maiores fóruns internacionais. Um dos principais exemplos desse movimento foi a edição 2025 do Intersolar Europe, em Munique, que reuniu mais de 100 mil pessoas e 2,7 mil expositores, reforçando seu papel como epicentro de inovação no setor solar. Representando o Sindienergia-CE, os diretores Jonas Becker e Paulo Siqueira acompanharam de perto as principais discussões, tecnologias emergentes e possibilidades para o mercado nacional.

Entre os destaques observados pelos representantes do sindicato cearense está a crescente atenção às soluções de armazenamento de energia, especialmente os sistemas bidirecionais. A tecnologia, que permite ao consumidor armazenar energia e atuar de forma mais estratégica na compra e venda do insumo, pode representar um novo patamar de autonomia energética, caso os marcos regulatórios brasileiros avancem nesse sentido.

Outro ponto relevante envolve a personalização dos módulos solares, que passam a incorporar variações de cor para atender a exigências estéticas sem comprometer o desempenho. Além disso, iniciativas voltadas ao agrovoltaico, como o uso de painéis em áreas rurais, ampliam o diálogo entre sustentabilidade e produção agrícola, reforçando o caráter multifuncional das fontes renováveis.

No campo da geração futura, o hidrogênio verde ganhou espaço nos debates. Ainda em fase de viabilização tecnológica e econômica, a fonte foi tema de encontros e projeções durante a feira, com a participação de especialistas de diferentes países — inclusive do Brasil. A delegação brasileira também marcou presença no Welcome Coffee Latin America, momento que reuniu representantes de instituições como ABSOLAR, FIEC e ABSAE, além da equipe da The smarter E South America.

Durante o evento, foi divulgado o Global Market Outlook for Solar Power 2025–2029, com dados que posicionam o Brasil como o quarto maior mercado solar do mundo em 2024, com 18,9 GW instalados.

“Esse crescimento é construído a muitas mãos”, destacou Jonas Becker, do Sindienergia-CE, ao comentar o papel de desenvolvedores, reguladores, investidores e entidades setoriais nesse avanço.

As conferências do Intersolar abordaram temas estruturantes para o setor, como financiamento de projetos fotovoltaicos, aplicações de inteligência artificial e estratégias para o acoplamento entre fontes e sistemas. A exposição técnica ofereceu um panorama prático de soluções escaláveis para os desafios atuais da geração solar, com foco em flexibilidade e integração de redes.

Com base nos aprendizados e contatos realizados em Munique, o Sindienergia-CE pretende compartilhar, nos próximos dias, um panorama detalhado das tendências e perspectivas com seus associados e parceiros no Ceará. A participação no Intersolar reforça o compromisso da entidade com a atualização permanente e o fortalecimento da cadeia produtiva local, em sintonia com as principais transformações do setor energético mundial.