Leão 14 é o novo papa: americano Robert Prevost faz história no Vaticano

Cardeal agostiniano de Chicago é o primeiro pontífice dos Estados Unidos e prega união e diálogo em seu primeiro discurso.

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Foto: Reprodução/Instagram

Pela primeira vez na história, um norte-americano foi escolhido para comandar a Igreja Católica. O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito papa na tarde desta quinta-feira (8) e adotou o nome de Leão 14. A fumaça branca na Capela Sistina confirmou a decisão dos cardeais reunidos em conclave, encerrando o período de vacância iniciado após a morte de Francisco.

Com origem na cidade de Chicago, Prevost é integrante da Ordem de Santo Agostinho, com forte atuação missionária e tradição de proximidade com os mais pobres. Sua trajetória inclui quase duas décadas no Peru, onde se naturalizou e chegou a ocupar a diocese de Chiclayo, no norte do país. Também atuou como membro da Conferência Episcopal Peruana e, mais recentemente, ocupava cargo no alto escalão da Cúria Romana.

No primeiro discurso como papa, já na sacada da Basílica de São Pedro, Leão 14 destacou a importância de uma Igreja aberta ao diálogo e unida na missão de evangelizar.

“O mundo precisa de luz. Ajudem a construir pontes”, declarou, alternando o italiano com o espanhol, língua que domina desde os anos vividos na América do Sul. Disse ainda: “Com vocês, sou cristão; para vocês, bispo”.

A escolha de Prevost surpreendeu analistas que esperavam o retorno de um europeu ao posto, após a eleição de Francisco, o primeiro pontífice latino-americano. Um dos nomes mais cotados era o do italiano Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé.

O novo papa é conhecido por sua postura moderada. No campo social, demonstra sensibilidade com pautas contemporâneas, mas evita avanços sobre a doutrina tradicional da Igreja. Em 2023, quando já integrava o Dicastério para os Bispos, declarou que a ordenação de mulheres “não resolveria os problemas da Igreja”.

Prevost também já criticou publicamente propostas de inclusão de conteúdos sobre gênero nas escolas e se opôs à normalização de famílias compostas por casais do mesmo sexo. Seu histórico também inclui episódios controversos: como bispo em Chiclayo, arquivou denúncias de abuso sexual contra dois sacerdotes.

A eleição de um papa norte-americano gerou reações imediatas nos Estados Unidos. O ex-presidente Donald Trump afirmou em rede social: “Que grande honra para o país”. A Igreja americana, quarta maior do mundo em número de fiéis, nunca havia emplacado um nome com chances reais no conclave, apesar de contar atualmente com 16 cardeais no colégio eleitoral.

Com 1,4 bilhão de católicos espalhados pelo mundo, a Igreja Católica inicia agora uma nova fase. A condução de Leão 14 será observada de perto por fiéis, religiosos e governos, atentos aos caminhos que o Vaticano seguirá sob sua liderança.