Foto: Hiane Braun
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugurou nesta quarta-feira (19) o Hospital Universitário do Ceará (HUC), em Fortaleza. A unidade, que integra a rede estadual de saúde, começou a operar com 240 leitos ativos e será referência em especialidades como hematologia, oncologia e urologia. O hospital funcionará sob regulação, atendendo exclusivamente pacientes encaminhados pelo sistema de saúde do Estado.
“O lema para a saúde no Ceará tem que ser melhorar sempre, piorar nunca, porque o nosso povo merece o melhor. Eu só tenho uma missão neste país, é provar que ninguém quer comer mal, se vestir mal, morar mal ou ter uma saúde de péssima qualidade. Quem trabalha na saúde merece todo o nosso respeito, porque sem eles não seríamos muita coisa. O SUS estava muito desacreditado, aí veio a pandemia, e quem salvou este País foi o SUS”.
A cerimônia reuniu ministros, autoridades estaduais e municipais. Entre os presentes, estavam os ministros Alexandre Padilha (Saúde), Camilo Santana (Educação) e Rui Costa (Casa Civil), além do governador Elmano de Freitas (PT) e do prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT). Em discurso, Lula destacou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e a estrutura do novo hospital.
Com uma área de 78,6 mil m², o HUC conta com três torres e sete andares. O projeto começou a ser desenvolvido na gestão do ex-governador Camilo Santana e demandou um investimento de aproximadamente R$ 700 milhões. A expectativa é que até abril a unidade atinja 30% da capacidade total, que, ao fim da implantação, contará com 652 leitos, incluindo Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O custo de funcionamento do hospital está estimado em R$ 196 milhões anuais.
“Nós começamos esse projeto político com os Hospitais Regionais e, neste momento, é muito importante para termos a clareza que esse é o maior hospital público da nossa história”, disse o governador Elmano de Freitas.
Durante a solenidade, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o HUC realizará transplantes de alta complexidade, incluindo medula óssea, rim e fígado.
“Com os recursos adicionais que o Ministério da Saúde começa a colocar a partir de hoje, para funcionamento das cirurgias e atendimentos, este Hospital vai fazer transplantes que poucos Hospitais do Brasil fazem”, projeta.
Já o ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou o impacto da unidade para a formação de profissionais da saúde e para a pesquisa acadêmica no Estado.
“Hoje é um dia muito especial para mim. Com a coragem, com os profissionais de saúde, naquele momento [pandemia da covid-19] começou o sonho de construir o maior hospital público do Ceará. Esse Hospital é 100% SUS, é também o primeiro hospital universitário do Estado, e será para o ensino e pesquisa com o que há de melhor”.
A gestão do hospital ficará a cargo do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), Organização Social que já administra outras unidades estaduais. O modelo adotado gerou questionamentos de entidades acadêmicas e sindicatos, que defendem maior participação da universidade e a convocação de profissionais concursados. Também houve protestos de estudantes que reivindicam mais bolsas e ampliação da assistência estudantil.
Com a ativação do HUC, a rede estadual passa a contar com 14 hospitais, sendo 10 localizados em Fortaleza. Nos primeiros meses, além dos atendimentos em oncologia e urologia, a unidade oferecerá serviços em cirurgia vascular. O impacto do modelo de gestão adotado ainda será tema de debates entre governo, academia e setores da saúde, enquanto a unidade amplia gradualmente sua operação.
