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Em um momento que deveria ser de celebração pelos 70 anos da Universidade Federal do Ceará (UFC), a decisão de remover o nome do fundador e primeiro reitor, professor Antônio Martins Filho, da concha acústica da Reitoria levantou questionamentos sobre a preservação da memória institucional. A mudança é vista como um ato que altera o registro histórico de uma das mais importantes instituições de ensino do estado.
Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza e médico formado pela UFC, manifestou preocupação com a decisão. Ele ressalta que o papel de Martins Filho vai além da criação da UFC, pois a universidade representou um marco no desenvolvimento cultural, científico e artístico do Ceará.
“A história do Ceará teve uma inflexão com a criação da UFC. Ela não foi apenas uma instituição de ensino; ela transformou nosso cenário cultural e científico, e tudo começou com o esforço de Antônio Martins Filho e daqueles que o apoiaram”, disse.
Ao mesmo tempo, Roberto Cláudio reconhece a importância da memória de Bergson Gurjão, estudante morto durante o regime militar e figura simbólica na luta pelos direitos humanos. Contudo, ele sugere que homenagens a Gurjão poderiam ocorrer de maneira complementar, preservando também o reconhecimento do trabalho de Martins Filho, cuja trajetória ajudou a construir as bases da educação superior no estado.
A questão provoca reflexões sobre como as instituições lidam com suas memórias e identidades, especialmente aquelas com forte impacto na sociedade. Para muitos, o legado de Antônio Martins Filho na UFC é indissociável de sua fundação e do desenvolvimento universitário e acadêmico no Ceará.