Foto: Nicolás Leiva / @nicolas.leiva
Três meses à frente da Secretaria do Turismo do Ceará, Eduardo Bismarck ainda se acostuma com o ritmo diferente da vida no Executivo. Exercendo o segundo mandato na Câmara dos Deputados, conhecedor profundo dos corredores de Brasília, ele agora vive uma rotina mais prática, de decisões rápidas e efeitos imediatos.
“É como trocar o pneu com o carro em movimento”, compara.
E o veículo em questão é o turismo, setor que exige respostas constantes a um mercado em transformação — ora pela sazonalidade, ora por fatores externos como a atual escassez de aeronaves em todo o mundo.
Apesar de novo no cargo, o tema não é estranho a Eduardo. O sobrenome pesa. Filho de Bismarck Maia — que já comandou a mesma secretaria e foi presidente da Embratur —, ele cresceu ouvindo sobre rotas, voos e estratégias para atrair visitantes ao Ceará.
“Tenho muito orgulho do que meu pai construiu. O desafio agora é deixar minha própria marca, com o meu jeito de fazer”, afirma.
O início da gestão tem sido de ajustes e movimento. Só no primeiro trimestre, a secretaria anunciou três novos voos internacionais e o reforço da malha aérea doméstica. Segundo Eduardo, operadoras já apontam um bom ritmo de vendas para pacotes futuros.
“Temos investido em promoção e mudado estratégias. O retorno começa a aparecer”, diz.
Mas ele reconhece que os gargalos são grandes. Além da disputa por voos, o Ceará ainda precisa atrair mais investimentos para ampliar a rede hoteleira e garantir a oferta de eventos ao longo do ano todo.
“Um grande evento enche hotéis e restaurantes por alguns dias. Mas o nosso desafio é manter esse fluxo o ano inteiro”, explica.
Nesse esforço, o Centro de Eventos do Ceará é peça-chave. Embora com agenda cheia, o equipamento ainda está longe de seu potencial. A secretaria aposta na digitalização e comercialização ativa do espaço, inclusive com o lançamento de um novo site que permitirá tour virtual.
“Não dá mais para esperar que o cliente venha até nós. Precisamos ir até ele”, resume o secretário.
Entre um compromisso e outro, Eduardo confessa que sente falta do Congresso, mas mantém o entusiasmo.
“Amo Brasília, adoro o Parlamento, mas neste momento estou 100% focado aqui”, garante.
De Brasília para a Beira-Mar, o secretário encara a missão de transformar o Ceará em destino cada vez mais competitivo. E, embora a estrada seja desafiadora, o caminho não é exatamente desconhecido para quem tem o turismo no DNA.