Bolsonaro e mais 36 indiciados por golpe: Inquérito segue para PGR

Relatório inclui evidências de plano para assassinatos e ações violentas; julgamento no STF deve ficar para 2025.
STF

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Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A Polícia Federal concluiu o inquérito que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e 36 outros envolvidos por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O relatório será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá 15 dias para decidir se apresenta denúncia formal ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O caso, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, deve ter desdobramentos significativos apenas em 2025, considerando o recesso da Corte, que se inicia em 19 de dezembro. Até lá, as defesas dos investigados também deverão se manifestar.

Depoimento e Delação de Mauro Cid
Paralelamente, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, prestou novo depoimento ao Supremo Tribunal Federal. Após esclarecimentos sobre omissões e contradições apontadas pela PF, Alexandre de Moraes decidiu manter os benefícios da delação premiada firmada por Cid no ano passado.

Cid negou envolvimento no plano que previa ações violentas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes. Contudo, as investigações revelaram que ele participou de uma reunião golpista realizada em novembro de 2022, na residência do general Braga Netto, ex-ministro e aliado de Bolsonaro.

Acordo de Delação e Novos Fatos
No acordo de delação, Mauro Cid comprometeu-se a revelar irregularidades do período em que atuou no governo Bolsonaro, incluindo o caso das joias sauditas e a suposta fraude em cartões de vacinação. O depoimento mais recente foi remetido à PF para complementação da investigação.

Próximos Passos
Com o inquérito nas mãos da PGR, o procurador-geral Paulo Gonet terá a responsabilidade de decidir o futuro da denúncia. Se aceita, o julgamento pelo STF poderá abrir um novo capítulo no cenário político brasileiro, envolvendo figuras centrais da administração passada em uma das mais graves acusações desde o término das eleições de 2022.