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Fortaleza será palco, entre os dias 25 e 27 de junho, do principal fórum latino-americano sobre os impactos do comércio de armas na segurança das mulheres. O 4º Encontro Parlamentar sobre Armas e Gênero reunirá parlamentares, autoridades governamentais e representantes da sociedade civil de dez países da América Latina, tendo como sede a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Esta é a primeira vez que o Brasil recebe o evento, que discutirá os avanços e os desafios na implementação do Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA), com foco na prevenção de desvios e na incorporação da perspectiva de gênero nas políticas públicas da região.
Com atividades técnicas nos dias 25 e 26 no Complexo de Comissões Técnicas da Alece, o encontro será encerrado em cerimônia aberta ao público no dia 27, às 11h, no Auditório Murilo Aguiar.
A escolha do Brasil como sede tem forte simbolismo. O país ainda convive com índices elevados de violência armada contra mulheres. Segundo levantamento do Instituto Sou da Paz, metade dos feminicídios registrados em 2022 foi cometida com armas de fogo. No período de 2012 a 2022, uma mulher foi assassinada a cada quatro horas no país – e em 50% dos casos o instrumento utilizado foi a arma de fogo.
Diante desse cenário, o evento pretende não apenas fortalecer o cumprimento do TCA – tratado internacional ratificado pelo Brasil em 2018 – como também fomentar a construção de um roteiro regional para o enfrentamento do tráfico de armas e da violência armada com recorte de gênero.
O encontro é fruto de uma parceria entre a senadora Augusta Brito (PT-CE), a organização argentina Asociación para Políticas Públicas (APP) e a ONG brasileira Sou da Paz. A realização conta ainda com o apoio do Fundo Fiduciário Voluntário do TCA, sediado em Genebra.
Além do Brasil, participam representantes da Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. A expectativa é de que o diálogo fortaleça a articulação entre os países, estimule o compartilhamento de boas práticas e leve à formulação de políticas mais eficazes para reduzir a circulação ilegal de armas e proteger a vida das mulheres.