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A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e a Universidade Federal do Ceará (UFC) estão fortalecendo uma articulação internacional com o instituto WaterCampus, na Holanda. A ideia é estruturar uma parceria voltada ao desenvolvimento de tecnologias para o setor de saneamento, com foco em abastecimento de água e tratamento de esgoto, além da inserção de soluções cearenses no mercado global.
A missão recente à Holanda, da qual participaram representantes da Cagece e da UFC, incluiu visitas técnicas a estações de tratamento, centros de pesquisa e empresas com atuação internacional no setor. O grupo integrou a comitiva da Missão WaterTech-Brazil 2025, organizada com apoio da Netherlands Enterprise Agency (RVO) e da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe).
Segundo Cailliny Medeiros, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Cagece, o objetivo da missão foi “reforçar o ecossistema de inovação e avaliar possibilidades reais de parcerias técnicas e científicas”. A gestora acrescenta que também houve avanço nas discussões jurídicas para viabilizar um acordo formal com o instituto WaterCampus.
O WaterCampus, localizado em Leeuwarden, é considerado um centro estratégico para a pesquisa aplicada em recursos hídricos. Ele reúne universidades, empresas e instituições públicas em torno de soluções sustentáveis.
“Hoje, já temos um memorando de entendimento com a NHL, universidade ligada ao WaterCampus. A ideia é integrar esse ecossistema de forma mais ativa”, explica Thiago Dantas, assistente de Inovação da Cagece.
A professora Ana Maria Roberto, que atua na linha de inovação em água da Cagece, participou da missão e destaca o potencial da parceria para acelerar a busca por tecnologias sustentáveis.
“Foi uma experiência importante para entender como a Holanda conecta ciência e aplicação prática no setor de saneamento. Isso é algo que queremos adaptar à nossa realidade”, afirma.
A cooperação entre Cagece e UFC já tem gerado projetos relevantes no Ceará. Entre eles, o Plano Proativo das Secas, coordenado pela professora Ticiana Studart, e a Usina Modelo de Valorização Energética de Biogás e Lodo, sob liderança do professor William Barcelos. Esses projetos dialogam com temas prioritários também para os parceiros holandeses.
A agenda da missão também incluiu a participação na feira internacional AquaTech Amsterdam 2025, um dos principais eventos do setor. Para Ana Maria, o encontro foi uma oportunidade de contato com tendências globais.
“Participar da AquaTech reforçou o caminho da inovação como instrumento prático para avançar em eficiência e sustentabilidade”, avalia.
O próximo passo será apresentar os resultados da missão à Câmara Técnica de Inovação da Aesbe, abrindo espaço para que outras companhias públicas de saneamento do país também participem das iniciativas em andamento.
A expectativa é que a parceria com o WaterCampus contribua para acelerar a modernização do setor no Brasil, especialmente em estados como o Ceará, que convivem com desafios históricos relacionados ao acesso à água e ao tratamento adequado do esgoto.
